Karol Woytiła, chamado carinhosamente pela mãe de “Lolek”, nasceu em Wadowice (Arquidiocese de Cracóvia) em 20 de maio de 1920. Ficou órfão de mãe aos nove anos. Desde bem novo, acostumou-se a praticar esportes, nadava no rio, jogava futebol (preferia ser goleiro), gostava de cantar.
Quando ele tinha 19 anos, a Polônia foi ocupada pela Alemanha de Hitler e pela União Soviética de Stalin, que a dividiram entre si. Karol tinha amigos judeus, que foram presos e mandados para campos de concentração. Nessa época, ele frequentava um grupo de teatro clandestino chamado “Teatro Rapsódico”, que era uma forma de manter acesas as chamas da religiosidade e do nacionalismo dos poloneses, um povo bastante católico.
Wojtyla entrou no seminário clandestinamente aos 22 anos, após ouvir o chamado de Deus. Foi ordenado sacerdote em 1° de novembro de 1946. Na diocese de Cracóvia, foi vigário em várias paroquias e capelão de universitários – parte de seu rebanho pelo qual sempre manifestou particular carinho. Em 1958 foi sagrado bispo, tornando-se bispo-auxiliar de Cracóvia – em 1964 tornou-se arcebispo. Em 1967 foi feito cardeal pelo Papa Paulo VI.
Seu vigor físico impressionava a todos, pois costumava praticar ciclismo, alpinismo, esqui, grandes marchas a pé, canoagem em caiaques, e, sempre que possível, estava em contato com o ar livre. Isso continuou mesmo depois que ele se tornou papa em 1978 – o primeiro não italiano em quase 500 anos. João Paulo II costumava esquiar nas montanhas italianas. Isso era tão inacreditável que demorou para as pessoas o reconhecerem.
A Igreja precisava, naquele tempo, de um homem moderno e saudável, que unisse a cultura de um homem formado e o dinamismo de um jovem, segundo o escritor brasileiro Carlos Heitor Cony, em seu livro “Nos passos de João de Deus”. Para Cony, que escreveu no mesmo ano em que o Papa sofreu o atentado (1981).
O atentado aconteceu no dia 13 de maio de 1981, dia de Nossa Senhora de Fátima. O Papa levou dois tiros, esteve entre a vida e a morte, mas sobreviveu.
João Paulo II ficou conhecido como o papa com o terceiro pontificado mais longo da história (quase 27 anos), o primeiro papa não italiano em quase 500 anos, o papa que mais viajou, o que mais canonizou santos. Foi também o papa que impulsionou nos século XX a devoção mariana. Foi o papa dos jovens. Foi ainda o papa que conviveu com a dor e o sofrimento desde cedo, e, com seu exemplo, nos ensinou a superar todas as dificuldades para permanecer anunciando o Evangelho de Cristo.

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